Regresso à escola
Hoje o meu filho, como muitas outras crianças deste país, regressou à escola após uma ausência de seis meses. No último dia em que tinha estado na escola, antes do confinamento ser decretado, eram seis alunos numa turma de 27. A maioria dos pais não tinha esperado pela caução do Estado para retirar os seus filhos da escola.
O regresso foi feito com expectativa, tensão e regras, muitas regras. Levámos o nosso filho à escola a pé, evitando transportes públicos. Os colegas do meu filho entraram um quarto de hora mais cedo do que era costume, às 8.45, e outros entraram às nove da manhã para evitar congestionamentos. Ainda assim, a entrada para a escola foi atrasada em alguns minutos por uma longa bicha frente a um portão verde, formada por pais de máscaras na cara e filhos quase silenciosos. As crianças despediram-se dos pais no portão, esfregaram a sola dos sapatos num tapete com fins de higienização, e foram à sua vida.
Pelo que ouvi dizer, o período de aulas decorreu normalmente, com as notas exóticas da professora falar atrás de uma placa transparente de acrílico quando estava sentada à secretária e com uma máscara, quando se encontrava de pé.
A escola promete uma «nova normalidade» e tanto adultos como crianças anseiam pelo cumprimento da promessa.