A nova normalidade
No dia 1 de outubro se alguém lançou foguetes a celebrar a liberdade não se ouviram. Se algumas pessoas os ouviram nem todas terão compreendido os motivos de celebração. O que se iniciou nesse dia foi uma nova normalidade, com sabor estranho, pois algumas das incómodas regras que até agora nos constrangiam foram eliminadas e outras permanecem.
Na biblioteca nacional a temperatura dos leitores já não é medida à entrada, nem têm de usar umas incómodas luvas de borracha. No entanto, as máscaras continuam para leitores e funcionários e os fracos de álcool gel não desapareceram da paisagem.
O meu filho, que entrou para o quinto ano numa escola em que todos os miúdos do seu nível de escolaridade eram obrigados a usar máscaras, experimentou uma mudança de ciclo mais carregada do que o habitual. Não só teve de se adaptar a mais professores, mais disciplinas, um outro nível de exigência. Também passou a ter de usar máscaras na sala de aulas e no recreio. Desde 1 de outubro já pode respirar livremente no recreio.
Espero que no seu futuro, tudo isto não passe de uma bizarra memória de infância, que durou umas semanas, e não o génesis da normalidade em que ele vai viver como adulto.