Os estragos sociais da covid-19
O senhor António (nome fictício) tem a quarta classe, vive com a mulher e a filha num bairro social e trabalha num talho.
A filha, de nove anos, no quarto ano, desde o início do confinamento que não sai de casa.
Num bairro social não há situações de meio termo – ou se faz a vida do bairro com todas as portas abertas ao vírus ou se fecham todas as portas.
Para o ano a criança devia entrar no quinto ano e sair da escola do bairro social. Este é um ano marcante. As aulas online exasperam a família. Os pais tentam ajudá-la e não conseguem. Têm ambos a quarta classe. Mesmo eu e a minha mulher, ambos doutorados, quando tentamos ajudar o nosso filho no terceiro ano somos surpreendidos por mudanças de classificação e de métodos. Mas conseguimos pesquisar e perceber como ajudá-lo.
A criança no bairro social tem de preencher Quiz e escreve as repostas todas certas, mas o sistema informático dá todas erradas porque ela introduziu em cada resposta uma palavra que não é reconhecida.
A covid-19 está a agravar todas as doenças sociais já existentes.