Votar em tempos de pandemia
Votei a meio da manhã, na escola do Lumiar.
Evitei o voto antecipado porque estimei que, ao contrário do que muitos pensavam, não teria menor afluência e não seria mais seguro. Viu-se que tinha razão.
Ponderei votar às oito da manhã, para evitar as filas. Fui avisado de que, no caso de alguém da mesa de voto ter faltado, os primeiros votantes a aparecer podiam ser requisitados para substituir a pessoa em falta. Sorri ao imaginar a situação kafkiana de alguém que acorda de manhã cedíssimo para evitar filas, porque tem pavor à covid-19, e acaba por passar o dia todo a trabalhar na mesa de voto. Como tinha outros planos para o dia de hoje, decidi não me pôr a jeito para me ver envolvido numa situação dessas. Escrito isto, tiro o chapéu a quem dedica o dia de hoje ao importante trabalho cívico que permite aos portugueses votarem.
Quando fui votar havia uma razoável afluência às urnas e todas as pessoas usavam máscaras. À entrada da escola, fui avisado de que a minha secção de voto era a que tinha mais afluência e tive de aguardar algum tempo numa fila no exterior. Da fila exterior passei para uma fila interior, que subia do rés-do-chão para o primeiro andar. O ato de votar foi rápido.
Ficou-me a impressão de civismo dos votantes, de empenho das pessoas responsáveis pelos procedimentos eleitorais e de afluência às urnas. É certo que esta última perceção pode distorcer a realidade, pois as medidas de segurança aumentam artificialmente as filas.
Logo à noite veremos os resultados do ato eleitoral.